sábado, 26 de maio de 2007

Conversa Fiada

Dia desses estava conversando com um amigo. O rapaz andava triste, não sabia ao certo se a vida estava moldada a contento. Ele falava de mágoas mil de uma pá de gente, "me fizeram isso e aquilo. Gentinha! Considerava todo mundo meu chapa". Reclamou e se irritou de mágoa a mágoa, enquanto revisitava sua tragédia pessoal.
O tal rapaz, de boa família, essa então alvo fácil de uma relação extensa de traumas, não conseguia pensar em saídas, alternativas que fossem, para deixar aquele redemoinho de péssimas emoções. Então, ele decidiu burlar o respeito, ignorar o parentesco e "limpar a chaminé". Bateu na porta suntuosa de seus pais e vomitou durante horas a fio toda dor que lhe consumia.
No final das contas, o bom rapaz não conseguiu muito. Os pais não recuaram e repetiam à exaustão "fizemos o que achamos correto, não houve erro intencional". Fomos, então atrás de conselhos para acalentar o moço. "Isso é falta do que fazer, se estive com essa cabeça ocupada não pensaria tanta bobagem", nos disse uma tia, já casa dos 60. "Freud explica. Você deve conversar e entender cada trauma que seus pai lhe impuseram", filosofou uma amiga psicóloga. "Quer saber, cara, esquece, vai viver tua vida e se você já saiu de casa não tem porque culpar ninguém por seus problemas. Sua vida longe do conforto da casa do papai é pura reconstrução", sentenciou uma outra amiga.
Afinal, a culpa é de quem quando nos recusamos a crescer?

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